História e Expansão da Viticultura Foi no Noroeste de Portugal, uma região densamente povoada desde os tempos asturo-leoneses, que a viticultura se estabeleceu. A partir do século XII, há referências ao cultivo da vinha, impulsionado pela Igreja e pela iniciativa da Coroa Portuguesa. Nos séculos XII-XIII, o vinho tornou-se um elemento central nos hábitos das populações do Entre-Douro-e-Minho, acompanhando a expansão demográfica, o crescimento económico e a intensificação do comércio agrícola. Embora a exportação de vinhos ainda fosse limitada, a história revela que foram os Vinhos Verdes os primeiros vinhos portugueses a chegar aos mercados europeus, principalmente Inglaterra, Flandres e Alemanha, com destaque para os da região de Monção e da Ribeira de Lima. No século XIX, a abertura do comércio e a revolução nos transportes e comunicações transformaram definitivamente o cenário da viticultura regional. A Regulamentação do Vinho Verde A orientação para a qualidade e a regulamentação da produção e comercialização do Vinho Verde surgiram no início do século XX, com a Carta de Lei de 18 de Setembro de 1908 e o Decreto de 1 de Outubro do mesmo ano, que demarcaram pela primeira vez a Região dos Vinhos Verdes. Questões ligadas aos tipos de vinho, castas e condução das vinhas levaram à divisão da Região Demarcada em seis sub-regiões:
No entanto, só em 1926, através do Decreto n.º 12.866, foi estabelecido o regulamento da produção e comércio do Vinho Verde, consolidando o estatuto da Região Demarcada. Posteriormente, em 1929, este regulamento foi ajustado pelo Decreto n.º 16.684. Um marco de grande importância foi a aceitação, em 1949, do relatório de reivindicação da Denominação de Origem "Vinho Verde" pelo Office International de la Vigne et du Vin (OIV), em Paris. Em 1973, a Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), em Genebra, reconheceu o registo internacional desta denominação. Este reconhecimento garantiu que apenas vinhos produzidos dentro dos limites geográficos da Região Demarcada, e sob determinadas condições, pudessem ostentar a designação "Vinho Verde". Em 1959, o Decreto n.º 42.590 criou o selo de garantia para proteger a origem e qualidade do Vinho Verde. Em 1960, o Decreto n.º 43.067 publicou o respetivo regulamento. Outro avanço significativo foi o reconhecimento das aguardentes vínicas e bagaceiras produzidas na região, pelo Decreto-Lei 39/84, de 2 de Fevereiro, contribuindo para a diversificação dos produtos vinícolas da Região Demarcada. Com a entrada de Portugal na Comunidade Europeia, em 1985, foi promulgada a Lei-Quadro das Regiões Demarcadas, o que levou à reformulação da estrutura da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes. Finalmente, em 1992, foi aprovado um novo estatuto, através do Decreto-Lei n.º 10/92, de 3 de Fevereiro, posteriormente atualizado pelo Decreto-Lei n.º 263/99, de 14 de Julho, com novas disposições sobre a produção e o comércio da Denominação de Origem "Vinho Verde". by LeChef, myfoodstreet.ch |