Não me roubem o meu mar…
Adoro este céu azul… esta luz que irradia e dá cor e brilho à minha volta; ilumina as casas brancas e outros cantos e encantos…
O cheiro dos eucaliptos que limpa as narinas e as formas das pinhas… o manto de mato e caruma que me acompanha na caminhada… o tapete de inspiração para outras rodadas da vida… até lá chegar… ao mar…
O mar às vezes verde…, mas quase sempre azul… o mar mais bravo de vez em quando quase sempre reclamando… em horas de meditação e espanto traz memórias e delírios de outros tempos marcantes; as marcas sem nada de frescura… porque o mar sempre existiu… tu não.
Os barcos que passam levam, desde há séculos, pedaços do mundo incluindo doenças e crenças, que distribuem por aí além em rotas e destinos… mais ou menos conhecidos… vivem das saudades que deixam nos portos de abrigo… nas pessoas…
A areia fina com muitas histórias de meninos e meninas, de toalhas suadas em dias de mais calor do cheiro do sal e de outros suores… das gritarias em alguns dias…
O remar das ondas no mar em concerto magnífico embala a alma para outros lugares… no balanço convidativo de quem leva e traz…alteram os desenhos na areia a todo o momento… sem serem artistas criam obras de arte… às vezes… noutras alturas, zangadas, as ondas levam pessoas… que mais tarde devolvem provocam a dor… até metem medo!
É este mar que me acolhe e me envolve nos seus braços… não me roubem por favor…
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