A ilha deserta…
No oceano longínquo, uma ilha deserta à espera de vida… uma floresta densa, de árvores milenares, de troncos secos e outros restos de umas marés-cheias bem vivas, que foram ficando por ali… a mãe natureza que resolva.
Longe de tudo, a ilha de muitos ventos e alguns piratas furtivos, esquecida no mar, nunca foi porto seguro para ninguém; não tinha nada para dar também, água salgada não mata a sede… e a longa distância de outros portos de abrigo tornou a ilha num estranho recanto, que todos sonhavam visitar, mas onde ninguém queria ir…, para não falar de se estabelecer.
Um dia, um forasteiro e sonhador qualquer, decidiu procurar água…, chegado à ilha por acaso, mas guiado por um objetivo que lhe dava alento no recomeço de uma nova vida, parou… e de tanta sede que tinha, não se conteve, se tivesse vizinhos teria sido chamado de louco e outros adjetivos, mesmo alguns ofensivos, meteu mãos à obra… por aí abaixo… uns 50 ou seriam talvez 70 metros abaixo… lá estava ela… a água… que lhe mataria a sede…
Rapidamente a ilha transformou-se… eles foram chegando com casas, hotéis, turistas e projetos de negócios, em fogueiras noturnas queimaram os até então, intocáveis troncos de árvores milenares… a ilha deserta deixou de o ser… chegaram também os barcos carregados de gente… indiferente… onde há água há vida…
Indiferente também, o sonhador não parou, partiu… sem sede regressou à terra… e com os meios que tinha criou uma ilha num canto qualquer… onde havia água, vinho e outros deleites… e para que ninguém tivesse a ousadia de entrar na ilha, isolou-a com o mar à volta…
|