Olham a vida de cima para baixo, numa postura de arrogância que já não se usa hoje em dia; isto visto pelos outros… para os próprios não passa de uma forma de vida… de estar na vida… em que não há nada para partilhar, se calhar… na luta da vida criaram distâncias… que ficaram…
Vivem o dia-a-dia focados em imagens e visões de outros tempos passados ou futuros… criando ainda mais distâncias à volta… construindo barreiras e muros bem altos; chegar até eles uma tarefa impossível para a maioria dos mortais e impensável para os outros, quem não consegue matar um pouco de si próprio, do seu ego, nunca lá chegará também…
Dividem a luta entre o eu presente e outras batalhas em que ficam de fora, como meros espetadores à espera de um resultado que não lhes interessa ou que dispensam simplesmente… temas banais do dia-a-dia, continuam banais no dia seguinte… e assim as histórias vão passando, com elas os dias, os meses e os anos… e uma vez até deixam de ser recordações… tudo apagado na memória…
Sofrem, riem e choram, partilham momentos sem estar lá às vezes, a omnipresença é notada ou não pelos presentes… chegar aos intocáveis não é para qualquer um… e para quem lá chega há a obrigatoriedade de comer e calar… a confidência é uma regra a cumprir… nada de partilhar certas vivências, que devem ficar marcadas como mágicas… e por aí.
São arrogantes por isso… marcam a distância…
São egoístas demais para descer e fazer parte de uma festa qualquer… é necessário algo muito forte para que desçam do poleiro e venham até abaixo… ao ponto de partida… onde começam todas as vidas; onde tem início tudo o que interessa.
Uma burrice… é o que é…
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