Portugal Surreal: Histórias Que Nem o Camões Imaginaria O Senhor Que Levou o Porco ao Multibanco Num dia perfeitamente normal em Viseu, um senhor decidiu que era hora de levantar dinheiro. Nada de estranho, não fosse o facto de ter levado consigo... um porco. Vivo. De coleira. Como quem leva o cão para passear, mas com mais grunhidos e menos elegância. O porco, aparentemente habituado à vida urbana, esperou pacientemente enquanto o dono digitava o PIN. E quando o multibanco recusou a operação, o animal grunhiu com uma indignação que só pode ser descrita como “financeira”. A Senhora Que Chamou a Polícia Porque o Galo Cantava em Fá Menor Em Setúbal, uma senhora ligou para a polícia às 6h da manhã, furiosa. O motivo? O galo do vizinho cantava “fora de tom”. Não era o cantar em si — era o tom. “Aquilo não é dó maior, é fá menor, e eu não aguento mais”, disse ela, com a convicção de uma crítica musical em crise de sono. A polícia, sem formação em solfejo, tentou mediar o conflito. O galo, por sua vez, continuou a cantar — agora com mais vibrato. O Casal Que Se Casou Num Reboque da EMEL Lisboa, sempre criativa, viu nascer um amor improvável entre um casal que se conheceu enquanto os seus carros eram rebocados. A EMEL, sem saber, tornou-se cupido. Trocaram olhares entre multas, partilharam insultos ao sistema, e acabaram por marcar o casamento... no próprio reboque. Com direito a arroz, buzinas e um funcionário da EMEL como padrinho, o casamento foi um sucesso. E a lua-de-mel? Num parque de estacionamento subterrâneo, claro. O Homem Que Tentou Pagar o IMI com Sardinhas Em pleno mês de junho, um senhor de Matosinhos dirigiu-se à repartição de finanças com um saco de sardinhas frescas. O objetivo? Pagar o IMI. “É o que tenho. Está tudo aí, bem gordas”, disse ele, com a confiança de quem acredita que o fisco também aprecia grelhados. A funcionária, entre o choque e a fome, explicou que o sistema ainda não aceita peixe como moeda. O senhor saiu indignado, mas deixou as sardinhas — porque “seria pecado desperdiçar”. O Vizinho Que Pintou a Casa de Rosa Choque Para Vingar-se da Junta Em Trás-os-Montes, um cidadão revoltado com a junta de freguesia decidiu tomar medidas drásticas: pintou a casa de rosa-choque. Não só a fachada — tudo. Portas, janelas, telhado, até a antena parabólica. A junta, sem saber como reagir, tentou alegar “agressão cromática ao património visual”. O vizinho respondeu com um cartaz: “A vingança é uma cor quente.” O Senhor Que Levou a Cabra ao Café e Pediu Um Galão Para Dois Em Évora, um senhor entrou num café com uma cabra. Sentou-se, pediu um galão e disse: “É para partilhar.” A cabra, bem-comportada, olhou em volta com ar de quem já conhece o menu. O empregado, sem pestanejar, trouxe o galão e uma palhinha extra. E ainda perguntou se a cabra queria torrada. O cliente respondeu: “Ela é intolerante ao glúten.” A Senhora Que Fez Um Funeral Para o Micro-ondas Em Coimbra, uma senhora organizou um funeral completo para o seu micro-ondas, que “lhe serviu fielmente durante 22 anos”. Houve missa, velas, e até um discurso emocionado sobre os tempos em que “aqueceu sopas com amor”. Os vizinhos compareceram em respeito. Alguns trouxeram flores. Outros trouxeram tupperwares, em homenagem ao falecido. O Homem Que Levou a Sanita Para a Manifestação Em Braga, durante uma manifestação contra o aumento da água, um senhor apareceu com uma sanita às costas. “É simbólico”, disse ele. “Se nos vão enterrar em contas, ao menos que seja com dignidade.” A polícia tentou intervir, mas o manifestante argumentou que a sanita era “instrumento de expressão cívica”. No fim, acabou por dar entrevistas sentado nela, como um trono da resistência. O Casal Que Se Separou Por Causa do Bacalhau Em Leiria, um casal terminou uma relação de 18 anos por causa de uma discussão sobre como demolhar bacalhau. Ela defendia 48 horas com três trocas de água. Ele achava que bastava uma noite e fé. A discussão escalou para insultos culinários, referências à sogra e uma ameaça de “nunca mais comeres arroz de pato feito por mim”. O divórcio foi amigável, mas o bacalhau ficou por demolhar. O Senhor Que Tentou Vender a Torre dos Clérigos no OLX No Porto, um cidadão com espírito empreendedor decidiu colocar um anúncio no OLX: “Torre dos Clérigos — vista panorâmica, excelente para Airbnb.” O preço? “Negociável, aceito troca por scooter elétrica.” O anúncio durou 17 minutos antes de ser removido, mas nesse tempo recebeu três propostas sérias e uma pergunta sobre se aceitava pagamento em criptomoeda. A Senhora Que Levou o Gato à Missa Em Santarém, uma senhora entrou na igreja com o seu gato ao colo. Sentou-se, abriu a mala, tirou um cobertor e um snack para o felino. O padre, visivelmente confuso, tentou ignorar. Mas o gato, inspirado pelo ambiente, decidiu miar durante a homilia. A senhora respondeu com um “Shhh, está a sentir o Espírito Santo.” O gato acabou por adormecer no momento da consagração. O Homem Que Foi Multado Por Cantar Fado Demasiado Alto no Duche Em Almada, um senhor foi alvo de uma queixa por parte dos vizinhos por cantar fado no duche... com demasiada emoção. “Parecia que estava a morrer alguém lá dentro”, disse uma vizinha, ainda com os olhos vermelhos. A polícia apareceu, ouviu um trecho de “Estranha Forma de Vida” e, apesar de reconhecer o talento, aplicou uma multa por “perturbação sonora com carga dramática excessiva”. O senhor prometeu passar a cantar em dó menor e com menos lágrimas. O Senhor Que Tentou Fazer Um PIQUENIQUE No Metro Em Lisboa, um cidadão decidiu que o metro era o local ideal para um piquenique. Trouxe toalha, tupperwares, sumo de laranja e até um rádio a pilhas com música ambiente. Instalou-se entre o Cais do Sodré e o Campo Grande, e começou a servir sandes de fiambre aos passageiros. A segurança interveio, mas acabou por aceitar uma empada e deixar o senhor terminar o lanche. “Não se pode comer em paz neste país”, disse ele, enquanto limpava migalhas do assento. A Senhora Que Pediu Um Café e Ficou Três Horas a Falar da Vida Em Aveiro, uma senhora entrou num café, pediu um “café curto, mas com tempo”, e começou a desabafar. Três horas depois, já tinha falado do casamento, da vizinha que tem um gato malcriado, do joelho que “dói quando chove” e da teoria de que o filho da prima é adotado. O empregado, entre fascinado e exausto, acabou por trazer-lhe um segundo café — sem pedir — e um copo de água. “É que já estou emocionalmente investido”, disse ele. O Casal Que Fez Um Pedido de Casamento No Refeitório da Segurança Social Em Faro, um casal decidiu que o local mais romântico para um pedido de casamento era... o refeitório da Segurança Social. Entre arroz de pato e gelatina de morango, ele ajoelhou-se e disse: “Queres ser minha dependente fiscal para sempre?” Ela chorou, disse que sim, e os funcionários aplaudiram com entusiasmo. Um senhor da contabilidade ofereceu um envelope com selo oficial como presente de casamento. O Senhor Que Levou a Vaca ao Cartório Para Reconhecer Assinatura Em Chaves, um agricultor apareceu no cartório com a sua vaca, alegando que “ela é coproprietária do terreno”. Queria que a vaca reconhecesse a assinatura. O funcionário, sem formação em bovinês, tentou explicar que só humanos podem assinar. O senhor respondeu: “Mas ela tem mais juízo que o meu cunhado, e ele assina tudo.” A Senhora Que Pediu Um Exorcismo Para a Torradeira Em Beja, uma senhora convenceu-se de que a sua torradeira estava possuída. “Ela queima sempre o pão do lado do meu marido. É o demónio.” Chamou o padre, que veio com água benta e saiu com uma sandes mal passada. A torradeira foi substituída por uma grelha manual, “mais cristã”. O Homem Que Tentou Vender o Lugar de Estacionamento Como T1 Em Lisboa, um senhor colocou à venda o seu lugar de estacionamento como “T1 compacto, ideal para solteiros minimalistas”. O anúncio incluía fotos com almofadas, uma planta em vaso e um candeeiro IKEA. Recebeu duas propostas sérias e uma visita guiada com direito a café solúvel. O Casal Que Se Separou Por Discordar Sobre a Letra de “Rosinha dos Limões” Em Viana do Castelo, um casal entrou em conflito sobre uma estrofe da música “Rosinha dos Limões”. Ela dizia que era “limões doces”, ele insistia que era “limões verdes”. A discussão durou três semanas, envolveu familiares e um professor de música. Separaram-se, mas continuam a cantar — em tons diferentes. O Senhor Que Levou Um Galo Para Ser Testemunha em Tribunal Em Coimbra, um senhor levou o seu galo para testemunhar num processo de vizinhança. “Ele viu tudo. E canta quando há mentira.” O juiz, entre perplexo e divertido, permitiu a presença do animal, que interrompeu a sessão com um cocorocó no momento em que o réu dizia “não me lembro”. O Homem Que Pediu Fatura Com NIF do Cão Em Braga, um senhor exigiu que a fatura da loja de animais fosse emitida com o NIF do seu cão, “porque ele é o consumidor”. Quando lhe explicaram que cães não têm número fiscal, respondeu: “Então para que serve o microchip? Isso é o NIF canino!” A Câmara Que Pintou Uma Passadeira Direta Contra Um Muro Em Setúbal, uma passadeira foi pintada a direito contra um muro. O vereador explicou que “foi um erro de escala no projeto”. Os peões agora atravessam, batem no muro, e voltam para trás — uma metáfora perfeita da burocracia nacional. O Senhor Que Levou Uma Sardinha Para Ser Benzida no Dia de Santo António Em Lisboa, um devoto levou uma sardinha fresca para ser benzida. “É para dar sorte no churrasco.” O padre, entre risos, benzeu a sardinha e disse: “Que ela te traga fartura e colesterol moderado.” A Senhora Que Chamou a Polícia Porque o Vizinho Estava a Usar Alecrim Sem Autorização Em Évora, uma senhora acusou o vizinho de “furto aromático” por colher alecrim do seu quintal. A polícia chegou, confirmou que o ramo tinha 12 cm, e sugeriu mediação. O vizinho ofereceu um frasco de tempero e fizeram as pazes — até ao próximo manjerico. O Homem Que Tentou Declarar o Amor à Namorada Com Um Drone e Acertou na Avó Em Leiria, um jovem programou um drone para entregar uma carta de amor à namorada. O drone desviou-se e aterrou no colo da avó, que leu a carta e respondeu: “Aceito ser tua namorada, mas só se me levares ao bingo.” O Senhor Que Pediu Reforma Por “Cansaço Existencial” Em Santarém, um cidadão apresentou um requerimento à Segurança Social pedindo reforma antecipada por “cansaço existencial profundo”. Alegou que “a vida é muito longa e os dias são todos iguais”. O pedido foi indeferido, mas o funcionário admitiu: “Compreendo perfeitamente.” A Junta Que Organizou Um Concurso de Poesia e Premiou Um Haicai Sobre Bacalhau Em Trás-os-Montes, a junta local organizou um concurso literário. O vencedor foi um haicai que dizia: Bacalhau salgado na panela da avó cheiro de Natal O júri ficou dividido entre a beleza poética e a fome súbita. O autor ganhou um voucher para uma ceia comunitária. O Tribunal Que Adiou Uma Audiência Porque o Réu Estava Preso Noutra Sala Em Faro, uma audiência foi adiada porque o réu estava preso… no mesmo edifício, mas noutra sala. A comunicação entre departamentos falhou. Quando finalmente o trouxeram, disse: “Já que cá estou, posso resolver também o processo do parquímetro?” A Escola Que Confundiu Uma Aula de Yoga Com Uma Sessão Espírita Em Aveiro, uma escola primária organizou uma aula de yoga para os alunos. Um encarregado de educação acusou a escola de “invocar entidades orientais”. A direção respondeu: “Só invocámos a calma. E mesmo assim, não apareceu.” O Cidadão Que Tentou Votar Com Um Cartão da FNAC Em Almada, um senhor apareceu na mesa de voto com o cartão da FNAC. Quando lhe disseram que não servia como identificação, respondeu: “Mas tem o meu nome e compro lá livros. Isso devia contar para alguma coisa.”
INDEX CULINARIUM XXI, Divulgação Global