O Benfica e os Árbitros: Uma Relação Mais Complicada que Casamento com Sogra

Introdução: Amor, ódio e cartões amarelos

Se há coisa que une os benfiquistas — para além do amor ao clube, da saudade do Eusébio e da esperança eterna no próximo campeonato — é a convicção inabalável de que os árbitros têm um plano secreto para os fazer sofrer. Não é teoria da conspiração, é quase religião. E como qualquer religião, tem dogmas, rituais e momentos de fé cega... como acreditar que o VAR está só a aquecer quando ignora um penálti claro.

O Árbitro: Essa Entidade Mística

O árbitro, para o benfiquista médio, não é um ser humano. É uma entidade cósmica que aparece em campo com o único propósito de testar a paciência de quem veste vermelho. Tem o dom da invisibilidade seletiva — não vê penáltis, não vê foras de jogo, mas vê perfeitamente quando o Otamendi respira perto de um adversário.

Se o Benfica marca, o árbitro consulta o VAR. Se o adversário marca, o árbitro consulta o relógio para ver se já pode ir jantar.

VAR: Vê-se Alguma Roubalheira?

O VAR, que prometia acabar com as injustiças, tornou-se o primo afastado do árbitro — aquele que só aparece quando não é preciso. Quando o Benfica sofre um golo em fora de jogo, o VAR está ocupado a ver vídeos de gatinhos. Quando há um penálti a favor do Benfica, o VAR entra em modo “buffering” e só volta a funcionar quando já é tarde demais.

O VAR devia chamar-se VAP — Vê-se Alguma Penalização? Porque penalizar o adversário parece ser um conceito alienígena.

Os Clássicos: Benfica vs Árbitros FC

Nos clássicos contra o Porto ou o Sporting, o árbitro transforma-se num artista de circo. Equilibra decisões duvidosas com uma destreza que faria inveja a qualquer trapezista. O cartão amarelo sai com mais frequência do que o multibanco em dia de pagamento, e o vermelho aparece sempre quando o Benfica começa a jogar bem.

Há quem diga que o árbitro é imparcial. Claro que é — imparcialmente contra o Benfica.

Estatísticas Que Ninguém Quer Ver

Os benfiquistas já nem olham para as estatísticas de arbitragem. Sabem que vão encontrar pérolas como:

• “Benfica é a equipa com mais penáltis não assinalados a favor.”

• “Benfica lidera em golos anulados por fora de jogo milimétrico.”

• “Benfica tem mais cartões por protestar do que por faltas reais.”

Se o Benfica fosse uma empresa, já tinha processado o departamento de arbitragem por assédio moral.

Árbitros e Tecnologia: Uma Relação à Distância

A introdução da tecnologia no futebol foi recebida com entusiasmo. Finalmente, pensava-se, os erros iam acabar. Mas os árbitros portugueses têm uma relação com a tecnologia semelhante à de um tio que ainda usa o Nokia 3310: sabem que existe, mas não fazem ideia de como funciona.

O VAR é como o micro-ondas na casa da avó — está lá, mas ninguém sabe bem para que serve.

Teorias da Conspiração: O Benfica Contra o Mundo

Há quem diga que os árbitros são pagos para prejudicar o Benfica. Outros acreditam que há uma cabala organizada por extraterrestres sportinguistas infiltrados na Liga. A verdade? Ninguém sabe. Mas que há coincidências estranhas, há.

• O árbitro que anulou três golos ao Benfica numa só partida? Foi promovido.

• O que ignorou dois penáltis claríssimos? Foi nomeado para a final da Taça.

• O que expulsou o treinador por respirar fundo? Recebeu um elogio público.

Coincidência? Talvez. Mas se o Benfica jogasse xadrez, o árbitro punha as peças vermelhas em xeque antes do jogo começar.

Conclusão: Rir para Não Chorar

A relação entre o Benfica e os árbitros é como uma novela mexicana: cheia de drama, reviravoltas e personagens que ninguém entende. Mas no meio de tudo isto, há uma certeza — o benfiquista nunca perde o sentido de humor. Porque se há coisa que o futebol ensina, é que rir é a melhor forma de lidar com o absurdo.

E se um dia o Benfica ganhar um campeonato sem polémicas de arbitragem, os adeptos vão desconfiar que algo está errado. Porque o verdadeiro benfiquista não vive só de vitórias — vive de histórias para contar, de injustiças para reclamar e de gargalhadas para partilhar.