O Circo de Feras Um espetáculo onde a alma é o verdadeiro bilhete de entrada
O Espetáculo Começa Há muitos anos que vives dentro deste circo de feras. Ele não chegou de repente. Aproximou-se, sedutor, vestido num manto de esplendor que parecia proteger-te. Era calor, era conforto… e também domínio. Um abraço que te embalava e te prendia. Aceitaste o convite para entrar na arena, quase sem perceber. Primeiro como espectador… depois como parte do espetáculo. E, quando deste por ti, já estavas em cima do palco, com luzes apontadas ao teu rosto, a dançar ao ritmo que outros ditavam.
O Malabarista das Emoções Tornaste-te um mestre em equilibrar mundos — malabarismos profundos e intensos que moldaram o homem que és hoje. Mas, nesse processo, mataste silenciosamente versões de ti mesmo. Mataste o jovem que sonhava sem medo, o rebelde que não aceitava amarras, o criador que ousava inventar o seu próprio guião. Foste ator, malabarista e palhaço. E o palhaço… ah, o palhaço. Aquele que sorri enquanto o peito sangra. Que diverte a plateia mesmo quando, por dentro, está cansado de fazer rir. Quantas vezes baixaste a cabeça, resignado, pelo preço do bilhete que os outros pagaram para te ver? Ou, pior ainda, quantas vezes atuaste de forma consciente e gratuita, oferecendo o teu riso, o teu tempo e a tua energia, sem nada em troca?
A Selva Dentro da Tenda No fundo, o circo é também uma selva. E nessa selva, deixaste o papel principal para quem te apresentou as “melhores razões” para recuar. Ficaste nas sombras, aplaudindo o sucesso alheio, convencido de que o espetáculo do outro valia mais que o teu. O mundo à tua volta vibrava com o show. Tu… entretido, quase hipnotizado, aceitaste o destino de ser devorado por feras. Algumas tinham nome próprio — pessoas que conheces bem. Outras eram criaturas invisíveis: medos, culpas, padrões antigos.
Os Leões e as Sanguessugas Os leões eram os mais fáceis de identificar. Rugiam alto, mostravam as garras, e tu sabias quando vinham. Tinham o poder de te intimidar, de te obrigar a recuar, de te fazer acreditar que não eras digno do centro da arena. Mas as sanguessugas… essas eram mais perigosas. Silenciosas, discretas, agarravam-se a ti sem que notasses. Sugavam-te pouco a pouco: a energia, a confiança, a vontade. E, quando finalmente percebias, já estavas exausto, vazio… pronto para mais um número que não tinhas escolhido.
Entre o Aplauso e o Silêncio Viver no circo de feras é aprender a atuar entre dois mundos: o do aplauso e o do silêncio. O aplauso alimenta o ego, mas também o prende. Quanto mais ouves, mais temes perdê-lo. E o silêncio, apesar de doer, é o único lugar onde podes ouvir-te a ti mesmo — o único onde percebes se ainda queres estar na arena ou se está na hora de sair pela porta lateral.
O Despertar Chega sempre um momento — e talvez esteja a chegar para ti — em que olhas para as luzes, para a tenda, para as feras e percebes: O espetáculo nunca foi teu. Tu foste o número principal da vida de outros, mas a tua própria história ficou por contar. É nesse instante que algo dentro de ti desperta. Um impulso quase selvagem de pegar nas tuas coisas, deixar o fato de palhaço no camarim e caminhar em direção à saída. Não para fugir… mas para criar o teu próprio espetáculo, num palco que tu escolhas.
Sair da Arena Sair não é simples. Os leões vão rugir mais alto. As sanguessugas vão agarrar-se com força. E haverá sempre quem te acuse de ingratidão por deixares a tenda. Mas lembra-te: não tens de ser eternamente o malabarista dos sonhos alheios. A vida não é feita para seres apenas personagem. É para seres autor, encenador, protagonista. E, no teu circo, as feras só entram se tu quiseres.
O Teu Próprio Espetáculo Quando sais do circo que não te pertence, descobres algo que sempre esteve à tua espera: o palco da tua liberdade. Aqui, o público é escolhido por ti. O guião é teu. O riso, o choro, as pausas… tudo vem de um lugar verdadeiro. E as feras? Talvez ainda existam, mas agora és tu quem segura o chicote e define a distância.
O circo de feras é, no fundo, uma metáfora para as relações, sistemas e papéis que aceitamos viver sem questionar. Talvez estejas pronto para deixar de atuar para os outros. Talvez estejas pronto para construir uma tenda nova, onde as luzes iluminam quem tu és, e não o que esperam que sejas. O espetáculo pode continuar… mas desta vez, será o teu.
by pedro de melo
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