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Outubro e os Sonhos

O Outono e a Alma

Outubro chega sempre de mansinho, trazendo no bolso as cores baças do outono — esse amarelo cansado, o laranja tímido e o castanho profundo que parece querer abraçar a terra. É um mês que nos convida à introspeção, mas também à inquietude.

O ar fica mais frio, e as ruas cheiram a folhas molhadas e a memórias esquecidas. Traz batalhas perdidas e medos antigos, lembranças de outros dias em que o coração não venceu, mas sobreviveu. E é nesse cenário que percebemos: perdemos tempo demais com derrotas e com jogos cujo final nunca soubemos adivinhar.

A Medida das Derrotas

Perder por um ou por mil, no fundo, dói de igual forma. Há sonhos que já não são, que já não respiram no presente, mas continuam a ocupar espaço no peito. São como cartas escritas e nunca enviadas — palavras que ficaram por dizer e que, mesmo assim, ecoam no silêncio.

Queimamos dias em noites escuras, entregues à inquietação, como se houvesse uma urgência invisível a empurrar-nos para frente. E no entanto, por mais difusa que seja a meta, há sempre uma força teimosa que nos leva a lutar. É a fé silenciosa de que, algures, algo ou alguém nos espera.

A Força do Invisível

No fundo, todos nós carregamos uma espécie de cegueira voluntária quando acreditamos. Lutamos por imagens que nunca vimos nitidamente, por destinos que não sabemos ao certo se existem, mas que alimentam a esperança como se fossem pão quente numa manhã fria.

Essa força é misteriosa. Talvez venha da infância, quando acreditávamos que tudo era possível, ou talvez seja apenas a recusa de aceitar que algumas histórias têm mesmo de acabar. Outubro ensina-nos a viver nesse fio de incerteza — a caminhar mesmo quando o caminho se cobre de folhas secas.

Promessas Que Caem Como Folhas

Outubro tem o dom de prometer, mas nem sempre de cumprir. Caem as promessas, tal como caem as folhas. Ficam pelo chão, à espera que o vento as leve para longe. E, com elas, vai-se também uma parte da nossa ingenuidade.

Atrás de nós, fica uma esperança guardada na gaveta dos “talvez um dia”, juntamente com dilemas que sabemos que voltarão, porque são parte de quem somos. Mesmo quando o nevoeiro denso parece querer cobrir tudo, há sempre um raio de sol que teima em furar a cortina cinzenta. E é nesse instante que nos sentimos obrigados a decidir — a avançar ou a deixar ir.

O Renascer da Natureza e de Nós

Neste cair de folhas, percebemos algo essencial: mesmo o que morre cumpre uma função. As folhas que agora se espalham pelo chão alimentaram as árvores, protegeram-nas do sol e da chuva, e agora regressam à terra para criar vida nova.

Talvez os nossos sonhos antigos façam o mesmo. Talvez sirvam de alimento a novas vontades, a novas versões de nós próprios que ainda não conhecemos. Há um ciclo silencioso na vida: o que hoje parece fim, amanhã será semente.

A Melancolia Doce

O outono tem esta melancolia doce, que nos aperta o peito mas também nos conforta. É como aquela música antiga que nos faz sorrir e chorar ao mesmo tempo. Outubro não nos dá respostas fáceis, mas oferece-nos pausas. E, por vezes, é nas pausas que a verdade aparece.

Caminhar por ruas cobertas de folhas é como atravessar a própria memória. Cada passo levanta um cheiro, uma sensação, um fragmento de uma história que pensávamos esquecida. O tempo torna-se mais lento e, de repente, apercebemo-nos de que não estamos a correr — estamos a sentir.

O Jogo Entre Perder e Ganhar

Perder não é apenas o oposto de ganhar. Às vezes, perder é aprender, é limpar o terreno para que algo novo possa crescer. Outubro ensina-nos que não há vergonha em deixar ir.

Talvez seja por isso que este mês é tão intenso emocionalmente. É um convite para aceitar que nem todos os sonhos devem chegar até ao fim, que nem todas as promessas se cumprem, e que isso não nos torna menos inteiros. Pelo contrário: torna-nos mais humanos.

Esperança Que Não Morre

Mesmo quando parece que tudo cai, a esperança permanece como uma árvore que aguenta as rajadas mais fortes. Podemos não ver as flores agora, mas sabemos que elas virão. E, enquanto isso, continuamos a acreditar — talvez não com a mesma inocência de antes, mas com uma coragem mais madura.

A esperança é uma chama que aprende a sobreviver ao vento. Outubro ensina-nos isso: a proteger essa chama, mesmo quando parece fraca, porque é ela que nos ilumina nos dias mais cinzentos.

O Vento Como Metáfora

O vento que leva as folhas é o mesmo que abre espaço para que outras cresçam. Há uma lição silenciosa aqui: não resistir tanto ao que o tempo quer levar. Deixar que as coisas partam é, muitas vezes, a forma mais honesta de as honrar.

Outubro sopra-nos ao ouvido que a vida não é um campo de batalha constante. É um jardim em mudança, onde nem todas as flores florescem ao mesmo tempo, e onde até o chão coberto de folhas é parte da beleza.

Conclusão: O Outono Dentro de Nós

Talvez todos tenhamos um pequeno outubro dentro de nós — uma estação interna em que as coisas mudam de cor, algumas caem e outras se preparam para nascer.

O desafio está em aceitar que a beleza também existe nas despedidas. Que as folhas no chão não são sinal de morte, mas de transformação. Que as promessas quebradas deixam espaço para promessas mais verdadeiras.

Outubro é, afinal, um lembrete de que até os sonhos que já não são continuam a fazer parte da nossa história. E que, mesmo depois das perdas, há sempre um vento pronto a levar-nos para novos caminhos.
by pedro de melo

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