Museu da Família Teixeira: um tributo ao legado migratório luso-venezuelano 


O arquipélago da Madeira, cais singular de chegadas e partidas no oceano Atlântico, tem sido, ao longo da história portuguesa, um dos territórios nacionais mais fortemente marcado pelo fenómeno da emigração. 


Um dos principais destinos da emigração madeirense na segunda metade do séc. XX, foi indubitavelmente a Venezuela, país da América do Sul, onde se estima que vivam atualmente cerca de 400 mil emigrantes portugueses, conquanto os lusodescendentes possam ser 1,3 milhões, essencialmente radicados na capital, Caracas, e sobretudo ligados aos sectores da hotelaria, construção civil e alimentação. 


O relevante legado histórico da emigração lusa para a pátria de Simón Bolívar, maioritariamente oriunda da Madeira, está desde o início da segunda década do séc. XXI plasmado na missão e visão do Museu da Família Teixeira, situado na Fajã da Murta, freguesia do Faial, no concelho de Santana. Um espaço museológico concebido pelo empresário Anaclet Teixeira de Freitas, e que tem como principal desígnio homenagear e perpetuar a memória dos seus progenitores, Albino Teixeira e Conceição Caires, naturais de Fajã da Murta, e que nos anos 50, tal como milhares de conterrâneos, encetaram uma trajetória migratória familiar para a Venezuela à procura de melhores condições de vida. 


Nos anos 60, com apenas sete anos de idade, Anaclet Teixeira, foi ao encontro dos pais em Caracas onde viria no alvorecer da década de 80 a especializar-se em gastronomia judaica-ortodoxa. Área alimentar, que aliada a uma incansável capacidade de trabalho, ao culto do mérito e a uma constante dedicação à família, permitiram-lhe construir um verdeiro império comercial, atualmente refletido nas conhecidas cadeias de lojas “Rey David” na capital venezuelana. 


Detentor de vários investimentos na América Latina, assim como na sua terra natal, onde tem investido em hotéis e imobiliário, contexto que confluiu para que no passado dia 1 de julho, Dia da Região Autónoma da Madeira e das Comunidades Madeirenses, tenha sido agraciado pelo Governo Regional com a insígnia autonómica de bons serviços, Anaclet Teixeira erigiu em Fajã da Murta um espaço museológico que alberga as memórias, objetos, cartas e fotografias da família.


Um núcleo museológico, aberto ao público e com entrada gratuita, aformoseado por um jardim com vinte palmeiras trazidas do Egipto, uma capela, um coreto e uma adega, que ao preservar a história de vida da Família Teixeira, dinamiza e perpetua a memória histórica do fenómeno da emigração no Arquipélago da Madeira, em particular do legado migratório luso-venezuelano. 


Como destaca a socióloga das migrações, Maria Beatriz Rocha-Trindade, no artigo Museus de Migrações – Porquê e para quem?, o Museu da Família Teixeira “constitui um espaço museológico revelador de muitos factos que se encontram intimamente ligados à vida pessoal de um migrante, que partiu para a Venezuela pelo chamamento do seu pai e que a partir daí construiu habilmente e de forma particularmente inteligente o sucesso obtido”. 


O exemplo de vida Anaclet Teixeira, empreendedor de sucesso que apesar de várias vicissitudes da vida nunca olvida as suas raízes e família, como espelha a construção do museu dedicado a homenagear e perpetuar a memória dos seus pais, inspira-nos a máxima do ensaísta francês Joseph Joubert: “A memória é o espelho onde observamos os ausentes”

 

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O Morgado de Fafe, personagem literária consagrada na obra camiliana, demanda uma atitude proativa perante o mundo.A figura do rústico morgado minhoto marcada pela dignidade, honestidade, simplicidade e capacidade de trabalho, assume uma contemporaneidade premente.

 


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